quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Giovanna Antonelli vive protagonista engraçada em 'Aquele Beijo'

Giovanna Antonelli está sempre acelerada. Com os olhos cerrados ou com seu farto sorriso que volta e meia escapa quando ela se distrai , esta atriz carioca não dá pista de que acaba de completar 20 anos de carreira, desde que estreou no infantil da Angélica da extinta Manchete, o Clube da Criança. De assistente de palco, Giovanna se transformou em uma das mais requisitadas atrizes da Globo, pois consegue imprimir uma personalidade sempre marcante em suas personagens. Com um discurso ágil, certas vezes até impaciente, a atriz de 35 anos parece ter pressa. 

Logo após o nascimento das gêmeas Antônia e Sophia, há um ano, Giovanna logo voltou ao trabalho para gravar um episódio da série As Brasileiras, que só estreia no ano que vem. Na sequência, foi fisgada para voltar às novelas com a segunda personagem cômica na carreira: a romântica e sonhadora Claudia, de Aquele Beijo, sua primeira protagonista em uma trama de Miguel Falabella. "Vou falar muito de amor. Hoje em dia, sentimos falta desse amor romântico na televisão, dessas coincidências da vida", disseca.

Pergunta- Você já atuou em tramas de diversos autores, menos do Miguel Falabella. Como tem sido trabalhar com um texto essencialmente cômico?
Giovanna Antonelli - Foi uma das coisas que mais me seduziu, assim como justamente trabalhar com o Miguel. A gente sempre se namorou, durante anos, e nunca havia conseguido trabalhar juntos. Sempre que a gente se encontrava, falava: "eu quero, quero, quero trabalhar com você!". Estar em uma novela dele com o (diretor Roberto) Talma, que é um amigo querido, e a (diretora) Cininha de Paula, é como estar em família. Tenho carinho, amizade e admiração pelos três. Lembro que quando recebi a sinopse, tinha acabado de ter minhas gêmeas. Elas estavam com três meses de idade e eu tinha acabado de ler a sinopse às 3 h da manhã, entre uma mamada e outra. Às 3:30 h estava mandando e-mail para o Talma, porque já tinha me apaixonado pela Claudia.

P - Que tipo de composição essa personagem exigiu de você?
G.A- Ela é arquiteta, se especializou em designer de cozinha. Mas só saber isso foi o que me bastou para fazer a composição da profissão da personagem porque o trabalho dela não é o mote principal da história. O que a move é seu envolvimento amoroso. A trama fica toda em cima da história de amor, do romance. Ela é uma profissional realizada, independente, um mulherão que tem esse sonho dourado de casamento tradicional, de usar véu e grinalda em uma igreja. Casar assim nunca foi um sonho meu, mas não me incomodo se um dia eu precisar fazer isso (risos). Ela está noiva do Rubinho (personagem de Victor Pecoraro) há 10 anos e está na boca de realizar o sonho de subir no altar, quando se apaixona perdidamente por Vicente (de Ricardo Pereira) depois de eles ficarem amigos. Mas todas as referências que tive para ela estavam no texto do Miguel, que é muito completo. Em alguns momentos, apenas relembro cenas de filmes e me inspiro. 

P - De que forma isso acontece?
G.A- Antes de gravar uma cena, lembro de um momento de algum filme, do clima da cena e me inspiro na hora. Na verdade, falar de amor é uma coisa que todo mundo gosta. As pessoas sentem falta de ver mais romance na televisão. E essa é uma novela que fala basicamente de encontros, coincidências, amor. Estamos resgatando esse clima e a Claudia é muito sonhadora, tem bom caráter, é batalhadora e tem personalidade forte.

P - Depois de viver a Alma em Três Irmãs, que foi uma mocinha engraçada, a Claudia aprofunda ainda mais na comédia. Você se identifica com o gênero? 
G.A- O que seria a vida sem humor? Só é feliz quem tem humor. Mas o que gosto mesmo no meu trabalho é diversificar, independentemente do gênero, fazer personagens diferentes. É essa a minha preocupação desde que comecei minha carreira. Comédia foi uma coisa que fui tateando em Três Irmãs. Apesar de estar aprendendo a fazer, gosto muito do gênero e acho que essa é mais uma oportunidade. E com uma mulher completamente diferente daquela, com um outro tom humorado. Estou em êxtase. As novelas do Miguel sempre têm humor. Mas também quero fazer outra vilã, que foi uma das coisas que mais curti na minha carreira. Comédia é um prazer, mas ainda estou tateando.

P - A Bárbara, de Da Cor do Pecado, foi sua única vilã na tevê. Você sempre costuma fazer mocinhas e heroínas mais densas, como a Anita Garibaldi em A Casa das Sete Mulheres, ou a Jade, de O Clone. Por quê?
G.A - Para mim, o mais importante é sempre um bom papel, não importa o tamanho ou se vai ser heroína ou vilã. Me interesso por personagens grandes, que percebo interessantes independentemente do que já fiz. Essa sempre foi minha meta de carreira. E também adoro mudar completamente de visual a cada personagem. Agora estou de cabelo mais curto e tingido. Essa transformação é uma premissa básica para mim.

P - Antes de começar a gravar Aquele Beijo, você voltou da licença-maternidade para atuar na série As Brasileiras, do Daniel Filho. Como vai ser essa personagem, a Gigi Ramon?
G.A - A Gigi Ramon, na verdade, se chama Gisleyne Ramos (risos). Ela representa São Paulo e é uma mulher rica e extremamente vaidosa. Compra um vestido para ir a um evento, descobre que outra mulher vai com o mesmo vestido que ela e resolve se vingar. É uma comédia dramática. A outra mulher é vivida pela Vivianne Pasmanter. Depois, no mesmo evento, aparece uma terceira mulher com o mesmo vestido. Ela enlouquece! (Risos).

P - Logo depois de gravar este episódio, você foi para a Colômbia para as primeiras gravações da novela, em Cartagena. Como foi?
G.A - Foi incrível, esta cidade é uma graça! Levei comigo as crianças: Sophia, Antônia e o Pietro. Passamos 15 dias lá. Acho sempre bom quando uma novela começa viajando. Isso dá um entrosamento legal, um clima descontraído. Você trabalha se divertindo porque está em outro lugar e o espírito de união reina nessas viagens. As equipes acabam se fundindo. Fora que o Ricardo Pereira é tão amigo de amigos meus que, quando a gente se encontrou, parecia que a gente se conhecia a vida inteira. Somos parceiros, jogamos no mesmo time em cena.

P - Esse ano você está fazendo 20 anos de carreira, desde sua estreia no Clube da Criança como Angeliquete, na Manchete. Que análise faz dessa trajetória?
G.A - Foram muitos personagens e experiências marcantes. Olhando para trás, vejo que fui atingindo as metas que sempre sonhei, diversificando o meu trabalho a cada ano, aprendendo mais a cada personagem. Também adoro fazer cinema, que é uma coisa que tento manter, pelo menos um filme por ano porque me dá prazer. E agora, para o futuro, penso em fazer mais teatro, que faço pouco. Quero buscar motivações diferentes.

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